O uso de alcool está bastante relacionado com o funcionamento do sistema nervoso.
Mesmo no senso comum é sabido que o álcool atua no mecanismo cerebral, deprimindo o SNC e causando os sintomas conhecidos, como comprometer a memória ( o blackout) o sistema neuro-motor (cambaleamento) e funções viso-espaciais (perda da noção espacal e reflexos lentos)
De fato é isso que ocorre. Após ser absorvido o álcool se difunde rapidamente pelo sangue e atravessa rapidamente a barreira hemato-encefálica, tendo assim as portas abertas para atuar sobre o Sistema Nervoso e debilitá-lo.
Consumo Agudo
Muito embora os efeitos agudos serem pouco estudados, há alguma literatura sobre o assunto:
Em consumo agudo o efeito do álcool têm maior relevância na capacidade de retenção de memória a longo prazo, sendo que a capacidade de vigilância e a retenção de informações a curto prazo foi comprovada como a mesma de indivíduos sóbrios. Mostrando que o dano na memória não é devido à sedação, mas ao mal funcionamento do hipocampo de reter informações.
Consumo Crônico
Muito embora o consumo crônico de álcool possa não afetar o nível intelectual, outras funções neurocognitivas são afetadas, mesmo após grandes períodos de abstinência.
Os efeitos mais comuns são na memória, aprendizado, capacidade de abstração e velocidade de pensamento.
Pessoas que abusam do álcool de forma crônica e não possuem efeitos neurocognitivos apresentam danos no córtex pré frontal, gerando efeitos danosos na capacidade da fala e na capacidade de tomada de decisões. Nessa ultima o paciente perde a capacidade de ponderar sobre os efeitos a longo prazo de suas decisões, preferindo por opções de ganhos imediatos, como o próprio ato de beber.
O consumo de álcool em idades avançadas também está relacionado com o desenvolvimento de demência.
Aparentemente o desenvolvimento de demência tem influencia do álcool quando associado à pessoas com predisposição genética. Essas pessoas possuem uma proteína chamada apolipoproteina e4. Em estudos realizados, pessoas com essa proteína possuem maior probabilidade de desenvolver demênica quando ingerem bebidas e essa probabilidade aumentava ainda mais de acordo com o aumento do consumo de álcool
REFERENCIAS:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462004000500007
http://www.cisa.org.br/artigo/50/consumo-alcool-na-meia-idade-possivel.php
Álcool - BioBio 2013
Blog criado com o objetivo de apresentar características bioquímicas e fatos diversos relacionados ao Álcool Etílico.
Etanol
domingo, 14 de julho de 2013
Álcool & Sistema Imunológico
O álcool afeta o sistema imunológico basicamente de duas
maneiras: primeiro porque seu excesso é tóxico para quaisquer células do
organismo incluindo as células de defesa, o que acaba levando a degeneração
dessas células e dos centros nervosos responsáveis pela neurodegeneração das
células; segundo devido interferir com as citocinas responsáveis por estimular
as ações imunológicas.
A exposição aguda e crônica ao álcool
suprime todos os ramos do sistema imunitário, mais precisamente, o etanol
compromete o funcionamento e receptores celulares do tipo Toll (principalmente
os TLR4), os quais são responsáveis pelo reconhecimento de patógenos. Portanto,
nesse contexto podemos dizer que o consumo crônico de etanol dificulta a reação
por parte do organismo diante de patógenos, mas quando o organismo é capaz de
efetivar uma reação de defesa o etanol atua como um potencializador exagerado
das reações inflamatórias.
"Pesquisadores
da Faculdade de Medicina da Universidade de Massachusetts expuseram células
brancas do sangue - os jogadores-chave na defesa do organismo contra infecções
- uma substância química que imitava as bactérias e os vírus. Metade destas células
são introduzidas em soluções de etanol, em níveis que seriam proporcionais a
uma pessoa beber em torno de 28 copos semanalmente. A seguir, analisou o
comportamento de dois grupos de células brancas do sangue, realçando a sua
capacidade de responder a ataques virais. E os cientistas confirmaram que o
grupo que tinha respondido no meio com álcool apresentam apenas 25% de
eficiência em comparação com o dos outros segmentos, as células que não foram
influenciados pela presença de álcool."
O álcool também afeta o processo de
quimiotaxia, processo no qual através de estímulos químicos as células de
defesa, principalmente os neutrófilos, são capazes de reconhecer o local onde
devem atuar. Além disso, o etanol também altera a produção de alguns hormônios
que estão vinculados com a modulação imunológica, ou seja, o etanol interfere
na intensidade dos estímulos a produção de células de defesa.
http://imunofarma.blogspot.com.br/2010/09/citocinas.html
http://alcool96.blogspot.com.br/2013/01/alcool-imunidade-e-inflamacao.html
http://www.doping-prevention.sp.tum.de/pt/substances-and-methods/alcohol/alcohol/immune-system.html
http://edukavita.blogspot.com.br/2012/09/beber-alcool-enfraquece-o-sistema.html
http://imunofarma.blogspot.com.br/2010/09/citocinas.html
http://alcool96.blogspot.com.br/2013/01/alcool-imunidade-e-inflamacao.html
http://www.doping-prevention.sp.tum.de/pt/substances-and-methods/alcohol/alcohol/immune-system.html
http://edukavita.blogspot.com.br/2012/09/beber-alcool-enfraquece-o-sistema.html
Álcool&Desnutrição
O álcool é capaz de levar seus usuários a
desnutrição devido dois fatores: primeiro devido as próprias características bioquímicas
do álcool e as interferências que ele é capaz de causar no organismo; segundo
devido o aspecto comportamental dos usuários que tendem a esquecer ou ignorar a
alimentação.
O álcool apresenta-se como um alimento com
o que se chama de "calorias vazias", pois não apresenta componentes
alimentares que tenham alto valor nutricional. Este fato contribui para a
desnutrição junto com o apetite reduzido e a má absorção dos nutrientes (absorção
inadequada de nutrientes pelo trato intestinal), os quais são efeitos causados
pela ingestão crônica de bebidas alcoólicas. A má absorção dos nutrientes é
devida, entre outros fatores, as lesões que o consumo de álcool pode causar nos
órgãos do trato gastrointestinal.
A metabolização destes compostos leva a um
aumento da concentração da NADH, o que leva a uma desregulação dos processos de
gliconeogênese, devido aumentar a eficiência das reações que forma o lactato ao
invés de favorecer as que formam a glicose.
Além destes fatores, o álcool também pode
levar a quadros de desnutrição devido às outras doenças as quais ele pode levar
como a diabetes e a pancreatite. No caso da pancreatite, por exemplo, o etanol
em excesso ataca células do pâncreas que produzem a amilase e a lípase são
intoxicadas, o que leva diretamente a deficiência na absorção de alguns
carboidratos e lipídeos, além de que o etanol em excesso também pode intoxicar
as células produtoras da insulina, o que causa diretamente um aumento da
glicemia e dificuldade de absorção de carboidratos, e indiretamente a diabetes
devido a falta de insulina para estimular a captação de glicose pelas células.
Álcool e Medicamentos
É de conhecimento popular que álcool e remédios não são uma boa combinação. No entanto, muitas pessoas não sabem quais os efeitos dessa combinação. A seguir estão alguns exemplos sobre os efeitos do álcool associado com medicamentos:
A maioria dos medicamentos não interagem com o álcool, alguns até mesmo são preparados em solução alcoólica. No entanto há diversas combinações perigosas:
Antibióticos
Ao se associar antibióticos com a bebida, têm-se a perda do efeito do remédio, visto que o álcool possui efeito diurético. Assim, quando ingerido álcool e o remédio, a pessoa elimina o antibiótico na urina e seu sangue não fica com a concentração de antibiótico necessária para combater a bactéria causadora da doença.
Alguns antibióticos, como metronidazol e tinidazol reagem com álcool e o uso combinado pode levar a cefaléia e náuseas
Paracetamol ( Tylenol, Acetofen e Dôrico)
álcool e paracetamol são metabolizados no fígado e a junção desses dois produz um efeito altamente tóxico, que pode danificar o órgão. o uso recorrente da combinação pode levar ao óbito.
Curar Ressaca com Paracetamol é um grande erro: a combinação pode lesionar o fígado.
Além disso , a combinação com Paracetamol, assim como com aspirina, diminui a secreção gástrica e aumenta o tempo de sangramento e de irritação gástrica.
Ansiolíticos (Valium, Lorax e Lexotan)
São drogas usadas para diminuir a ansiedade.
A combinação desses fármacos com álcool potencializam o efeito depressor do SNC e podem causar diminuição da frequência respiratória, podendo ocorrer até parada da respiração e morte .
Antiparasitários
A associação causa dores de cabeça, taquicardia, náuseas e sudorese. Em casos extremos, pode desencadear convulsões.
Anti-inflamatórias
A ação anti-inflamatória pode ser potencializada, podendo haver progressão do tempo de sangramento.
Referências:
http://www.adur-rj.org.br/5com/pop-up/remedios.htm
http://apps.einstein.br/alcooledrogas/novosite/atualizacoes/as_216.htm
A maioria dos medicamentos não interagem com o álcool, alguns até mesmo são preparados em solução alcoólica. No entanto há diversas combinações perigosas:
Antibióticos
Ao se associar antibióticos com a bebida, têm-se a perda do efeito do remédio, visto que o álcool possui efeito diurético. Assim, quando ingerido álcool e o remédio, a pessoa elimina o antibiótico na urina e seu sangue não fica com a concentração de antibiótico necessária para combater a bactéria causadora da doença.
Alguns antibióticos, como metronidazol e tinidazol reagem com álcool e o uso combinado pode levar a cefaléia e náuseas
Paracetamol ( Tylenol, Acetofen e Dôrico)
álcool e paracetamol são metabolizados no fígado e a junção desses dois produz um efeito altamente tóxico, que pode danificar o órgão. o uso recorrente da combinação pode levar ao óbito.
Curar Ressaca com Paracetamol é um grande erro: a combinação pode lesionar o fígado.
Além disso , a combinação com Paracetamol, assim como com aspirina, diminui a secreção gástrica e aumenta o tempo de sangramento e de irritação gástrica.
Ansiolíticos (Valium, Lorax e Lexotan)
São drogas usadas para diminuir a ansiedade.
A combinação desses fármacos com álcool potencializam o efeito depressor do SNC e podem causar diminuição da frequência respiratória, podendo ocorrer até parada da respiração e morte .
Antiparasitários
A associação causa dores de cabeça, taquicardia, náuseas e sudorese. Em casos extremos, pode desencadear convulsões.
Anti-inflamatórias
A ação anti-inflamatória pode ser potencializada, podendo haver progressão do tempo de sangramento.
Referências:
http://www.adur-rj.org.br/5com/pop-up/remedios.htm
http://apps.einstein.br/alcooledrogas/novosite/atualizacoes/as_216.htm
Álcool e atividades físicas
O álcool, além dos efeitos imediatos no organismo, possui diversos efeitos a longo prazo. Uma relação interessante é a do alcoolismo com a prática de esportes e atividades físicas, visto que na sociedade contemporânea o consumo de álcool se difunde crescentemente, e, enquanto isso, também há a busca de muitos por um estilo de vida mais saudável, pautado na prática de atividades físicas. Qual seria, portanto, o efeito da união desses dois fatores? Quais os efeitos do álcool na prática de atividades físicas?
O álcool prejudica o condicionamento físico e, consequentemente, a prática de exercícios por diversos fatores. Isso se dá pelo fato que o consumo de álcool, por esse ser diurético, favorece a desidratação, e, a nível crônico, pode aumentar a perda hídrica natural do indivíduo. Além disso, o álcool prejudica a absorção de vitaminas do complexo B, sendo essas fundamentais para o metabolismo de carboidratos e proteínas, o que torna a disponibilidade de energia para as práticas esportivas menor, também prejudicando o aumento da massa muscular do indivíduo, visto a insuficiência no metabolismo de proteínas.
O álcool também inibe a absorção de sais minerais, o que prejudica a resistência muscular e processos de cicatrização, além do aumento no acúmulo de gordura, explicitado na postagem que trata sobre álcool e obesidade.
Com isso, o indivíduo encontra mais dificuldades na prática de exercícios e os resultados desses na saúde passam a ser reduzidos, o que mostra, portanto, que o consumo de álcool afeta de forma bastante negativa a busca por uma vida saudável através da prática de atividades físicas.
Bibliografia:
http://ronaldoarino.wordpress.com/2013/02/18/alcoolismo-e-atividade-fisica/
http://www.cstur.com.br/artigos/atividade-fisica-e-alcoolismo
http://www.blogbrasil.com.br/a-atividade-fisica-e-a-ingestao-de-alcool/
O álcool prejudica o condicionamento físico e, consequentemente, a prática de exercícios por diversos fatores. Isso se dá pelo fato que o consumo de álcool, por esse ser diurético, favorece a desidratação, e, a nível crônico, pode aumentar a perda hídrica natural do indivíduo. Além disso, o álcool prejudica a absorção de vitaminas do complexo B, sendo essas fundamentais para o metabolismo de carboidratos e proteínas, o que torna a disponibilidade de energia para as práticas esportivas menor, também prejudicando o aumento da massa muscular do indivíduo, visto a insuficiência no metabolismo de proteínas.
O álcool também inibe a absorção de sais minerais, o que prejudica a resistência muscular e processos de cicatrização, além do aumento no acúmulo de gordura, explicitado na postagem que trata sobre álcool e obesidade.
Com isso, o indivíduo encontra mais dificuldades na prática de exercícios e os resultados desses na saúde passam a ser reduzidos, o que mostra, portanto, que o consumo de álcool afeta de forma bastante negativa a busca por uma vida saudável através da prática de atividades físicas.
Bibliografia:
http://ronaldoarino.wordpress.com/2013/02/18/alcoolismo-e-atividade-fisica/
http://www.cstur.com.br/artigos/atividade-fisica-e-alcoolismo
http://www.blogbrasil.com.br/a-atividade-fisica-e-a-ingestao-de-alcool/
Tratamento para alcoólicos
Primeiramente,
torna-se pertinente sabermos a diferença entre dependência
alcoólica e abuso alcoólico. O primeiro conceito se refere a um
indivíduo que consome etanol apesar de possuir problemas físicos,
mentais e sociais advindos de tal ingestão e, além disso, a
ausência de consumo causa crise de abstinência (e outras),
mostrando, assim, uma pessoa dependente fisicamente e
psicologicamente do álcool. Enquanto que o segundo conceito
contempla um indivíduo que não possui quaisquer dependência, mas
quando ele faz uso de tal substância gera muitos problemas.
O
diagnóstico do alcoolismo é feito por Anamnese pelo médico, que
consiste em se fazer uma série de perguntas ao paciente e à
família com o objetivo de se traçar o perfil do indivíduo e, em
seguida, correlacioná-lo com a Síndrome de dependência alcoólica
(SDA). O médico, além disso, precisa realizar exames físicos, como
por exemplo a verificação de tremores nas extremidades digitais e
na língua. O paciente para ser alcoólico precisa apresentar algum
tipo de dependência física. Por fim, exames laboratoriais também
têm de ser executados, como o exame de líquido cefalorraquidiano e
uma pneumencefalografia, pois podem comprovar o diagnóstico.
A
seguir se encontra algumas perguntas, de 12, que são feitas ao
paciente a ser sondado por grupos de alcoólicos anônimos,
psicólogos e médicos:
"Já
tentou parar de beber por uma semana (ou mais), sem conseguir atingir
seu objetivo?"
"
Tomou algum trago pela manhã nos últimos doze meses?"
"Apesar
de prova em contrário, você continua afirmando que bebe quando quer
e para quando quer?"
A
SDA se apresenta em diversos graus e formas. A CID-10 traz a
classificação F10 – Transtornos mentais e de comportamento
decorrentes do uso de álcool, com as seguintes subdivisões [6] :
F10.0
– Intoxicação aguda
F10.1
– Uso nocivo
F10.2
– Síndrome de dependência
F10.3
– Estado de abstinência
F10.4
– Estado de abstinência com delirium
F10.5
– Transtorno psicótico
F10.6
– Síndrome amnésica
F10.7
– Transtorno psicótico residual e de início tardio
F10.8
– Outros transtornos mentais e de comportamento
F10.9
– Transtorno mental e de comportamento não-especificado
Diagnosticado
o alcoolismo, as intervenções para auxiliar o alcoólico consiste
em psicoterapias e farmacoterapias.
As
abordagens as quais as psicoterapais se dá, partem de auxílio
individual e auxílio de grupo.
Já
as intervenções em nível farmacológicos são feitas a partir do
uso das seguintes drogas:
Dissulfiram:
O Dissulfiram inibe irreversivelmente a enzima acetaldeído
desidrogenase , assim causando uma reação não prazerosa quando o
indivíduo consome álcool, haja vista que haverá acúmulo de
acetaldeído. Veja o esquema abaixo:
Naltrexona:
O consumo de etanol parece atuar positivamente sobre determinatos
tipos de receptores opioides e negativamente em outros. O sistema
opioide atua diretamente sobre o sistema de recompensa e está
associado ao desenvolvimento da dependência. Desse modo, a atuação
do Naltrexona antagoniza esses receptores, dissociando o prazer
do consumo de álcool.
Acamprosato:
Provavelmente, essa medicação reduz a recaptação do cálcio
induzida pelo glutamato nos neurônios, reduz os efeitos aversivos da
retirada do álcool, já que inibe alguns transmissores e
inibe,também, a hiperexcitabilidade cerebral do glutamato e a
atividade excitatória glutamatérgica.
Com
essa postagem, concluo minha parte nesse blog e declaro minhas
atividades encerradas. Espero que tenham gostado e feito um bom uso!
Por fim, agradeço ao meu grupo, ao Jonathan, nosso monitor e ao
professor Marcelo Hermes por essa incrível oportunidade =)
Bibliografia
PORTO,
Celmo Celeno. Semiologia Médica 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2005. [7]
Dependência alcoólica versus Etnicidade
Os principais estudos acerca à dependência de álcool sugerem que esta seja multifatorial, ou seja, influenciada tanto por fatores genéticos, quanto por ambientais.
Já foram tratados aqui, em uma outra ocasião, os papéis das enzimas álcool desidrogenase e acetaldeído desidrogenase no metabolismo do etanol. Agora, analisar-se-á tais enzimas sob a perspectiva da influência que elas e outros fatores exercem sobre o consumo de álcool.
A influência que se acredita que as enzimas participantes na metabolização do etanol, principalmente a acetaldeído desidrogenase, carrega com o alcoolismo é o fato de que algumas formas são menos eficientes em sua tarefa de converter o acetaldeído em acetato, gerando reações desagradáveis, tendenciando, assim, o indivíduo a não consumir/não abusar do álcool. Um exemplo é a isoforma ADLH2*2 que está atrelada à dependência alcoólica e está presente, principalmente, em japoneses (43%) e ausente em indivíduos brancos ou negros americanos. Por outro lado, a presença do alelo ALDH2 contribui em cerca de dez vezes para a redução do risco de dependência alcoólica em asiáticos.
A enzima álcool desidrogenase, por sua vez, apresenta grande variedade funcional, genética e em suas propriedades farmacocinéticas, sendo, por isso associadas também à dependência etílica. Na tabela abaixo, constam alguns dos genes/alelos ADH e a etnicidade relacionada:
Xingguang Luo et al |
Para ilustrar a influência entre os aspectos gênicos e funcionais com o alcoolismo supracitados, é pertinente discorrer sobre o gene ADH1C . Este gene possui duas isoformas uma com isoleucina e outra com valina e glutamina. Isto ocasiona, em nível bioquímico, uma maior e mais rápida metabolização do etanol pela enzima codificada pela isoforma com isoleucina em detrimento daquela feita pela isoforma com valina e glutamina. Essa eficiência em metabolizar gera um acúmulo de aldeído acético gerando todo aquele desconforto, propiciando, assim, uma aversão alcoólica.
Dadas todas essas informações genéticas, infere-se que ter parente alcoólico aumenta o fator de risco para a doença dos indivíduos dessa mesma família. Alguns estudos apontam que filhos de alcoólicos têm uma chance cinco vezes maior de desenvolver problemas relacionados ao álcool do que filhos de pais não-alcoólicos. Contudo, é importante frizar que a dependência é muito mais ampla do que a perspectiva genética exposta aqui, sendo complexos os fatores que determinam tal doença.
Bibliografia
Xingguang L, Kranzler HR, Zuo L, Wang S, Schork NJ, Gelernter J. Diplotype trend regression analyses of the ADH gene cluster and the ALDH2 gene. Multiple significant association with alcohol dependence.
Midanik L. Familial alcoholism and problem drinking in a national drinking survey.
Thomasson HR, Crabb DW, Edenberg HJ, Li TK.Alcohol and aldehyde dehydrogenase polymorphisms and alcoholism
Rebello, André Soares. Estudo sobre o polimorfismo da enzima álcool desidrogenase (gene
ADH1C) e a dependência ao álcool em uma população da cidade do Rio de Janeiro / André Soares Rebello – Rio de Janeiro: UFRJ / Faculdade de Medicina, 2009.
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