Etanol

Etanol
Estrutura do etanol

sábado, 25 de maio de 2013

Possíveis consequências do metabolismo do álcool

   



    Já temos noção de como álcool é metabolizado. Agora é pertinente expor, em detalhes, alguns efeitos de curto à longo prazo do consumo de álcool e, por conseguinte, de suas vias de degradação.



    As anormalidades metabólicas são advindas, principalmente, pela grande quantidade de NADH produzido a partir da reação de oxidação do etanol. Esse aumento vertiginoso implica no aumento do redox na célula, que, por sua vez, implica na fisiologia celular. Três dentre várias das possíveis consequências serão descritas abaixo:



Hipoglicemia:

     As altas concentrações de NADH tornam as reações que necessitem da forma oxidada da nicotinamida adenina dinucleotídio ineficientes. Uma das reações que fica prejudicada é a reação de gliconeogênese, pois a grande concentração do NADH desloca as reações catalisadas pela lactato-desidrogenase e malato-desidrogenase, no sentido da formação do lactato e malato, respectivamente.
    O NADH excedente, portanto, inibe a conversão do lactato a glicose provocando hipoglicemia em indivíduos que ingerem bebida alcoólica em jejum. Além disso, essa excessividade  também é responsável pela conversão da alanina em lactato, resultando em acúmulo desse último composto no sangue, que gera, por sua vez, uma leve acidose.
 


Elevação nos níveis de gordura:
    Outro problema causado pela excessividade de NADH, produzidos a partir do metabolismo do etanol, é a sua interferência no Ciclo de Krebs. As reações que ocorrem nesse ciclo são altamente dependentes de transportadores de elétrons (NAD+), logo, se não houver a disponibilidade dessas entidades químicas, o ciclo reduz, implicando o acúmulo de AcetilCoA. Para esse problema ser resolvido, o organismo opta por escolher outro destino metabólico para o AcetilCoA, o caminho escolhido é a síntese de ácidos graxos, gerando, assim, gordura potencialmente acumulável, possibilitando a ocorrência de um quadro clínico conhecido como Esteatose.
 

Danos no DNA:
    Como já foi elucidado, o produto resultante na oxidação do álcool é o acetaldeído e todos sabem que esse composto é altamente tóxico e influencia danos na molécula DNA, mas o corpo possui um mecanismo para contornar essa situação, a enzima acetaldeído desidrogenase. Por intermédio dessa enzima, o organismo rapidamente transforma o acetaldeído em um composto não-tóxico, o Acetato. Acontece que, mutações no aminoácido Lys504 por Glu504 em ALDH2 (mutante ALDH2*2) em humanos, comuns em populações do leste asiático ( 30% dos lestes asiáticos possuem essa mutação), incapacita a metabolização do álcool em acetato. Esse fato nos faz recair novamente no problema da modificação das sequências de base do DNA e também nos leva a conclusão de que o álcool é um fator cancerígeno em determinados órgãos. Bom, mas isso será discutido oportunamente.
Até logo!
 
 
 
Bibliografia:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9949785

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1924072/?page=4


http://anatpat.unicamp.br/taesteatose.html


http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1530-0277.2011.01563.x/pdf


http://www.cnpem.br/bolsasdeverao/files/2011/08/RBV092011.pdf

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